A aprendizagem ativa, conhecida em inglês como active learning, é uma abordagem da didática. É o oposto da aprendizagem tradicional em que o aluno fica numa posição passiva, sendo o receptor do conhecimento e sem participação ativa durante o processo de aprender.
Nessa forma, o responsável por aprender é o aluno e isso é coerente com a Andragogia que é o ensino para adultos. Nas crianças, o professor é quem deve motivar o aluno para aprender, mas quando o aluno é um adulto, não faz sentido as técnicas de motivação e engajamento das aulas tradicionais. O adulto está na aula porque quer estar lá, e não porque sua mãe mandou ou seu pai exigiu.
Então, o adulto aprende porque vê naquilo uma oportunidade de ter uma vida melhor, um bom emprego, ser reconhecido e inúmeras outras necessidades que exigem que o processo de aprender seja algo mais interessante.
A aprendizagem ativa utiliza o que se chama de metodologias ativas. É muito comum que se chame a Aprendizagem Ativa de Metodologias Ativas, e isso não está correto.
Quando a aprendizagem ativa faz alguma diferença?
Além da aula tradicional ser chata, é fato que o que se aprende nela não dura muito tempo e já sabemos disso. Há quem diga que o aluno só aprende para a prova e, depois dela, esquece tudo. Não deixa de existir um fundo de verdade nisso. Embora essa pergunta pareça boba, o que se quer saber mesmo é se o próximo emprego quer ver o seu diploma ou se quer alguém que saiba fazer o que diz. Em poucas palavras, quando se faz um teste para seleção para um emprego, o empregador não quer saber apenas onde estudou e os diplomas que tem, mas ele quer um empregado que consiga efetivamente fazer o que precisa e para isso foi contratado.
Então, o que se aprendeu nas aulas deve ser algo que o candidato deve se lembrar e saber usar. Isso é chamado “recall”, que é a lembrança que se tem ou a capacidade de recuperar da memória algo que se aprendeu. E, no caso dos adultos, inclui a capacidade de saber usar esse conhecimento para o trabalho.
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Como saber se o que estou fazendo é Aprendizagem Ativa?
O aluno interage sempre com o tema em estudo – não há dúvida sobre isso – de maneira ativa ou passiva. O que diferencia a Aprendizagem Ativa é a maneira como isso acontece. De uma maneira simplista há quem afirme que ao relacionar o que aprendeu com o que já sabia antes, ao criar relações e ao formular hipóteses, já está acontecendo a Aprendizagem Ativa. Mas isso significa que o aluno calado e sem expressar qualquer desses processos estaria em aprendizagem ativa – isso não é correto. Se fosse assim, um conteúdo em EAD baseado exclusivamente em vídeo e leitura seria Aprendizagem Ativa.
Assim, quando um aluno de graduação aprende sobre um cálculo de férias trabalhistas estudando sozinho a partir de material escrito, vídeo ou aula tradicional e com exercícios, individuais ou em equipes, pode-se afirmar que é a Aprendizagem Tradicional.
O elemento que faz a diferença para transformar essa didática ativa é a capacidade de criar conexões intelectuais, tanto individual quanto coletivamente ao mesmo tempo. Ou seja, se as conexões individuais associam o novo aprendizado ao que o aluno isoladamente conhece, não se pode afirmar que é Aprendizagem Ativa. Mas, ao receber novas entradas de conexões vindas de outros que compartilham suas conexões individuais, o aluno passa a ter a construção de novas conexões que vão além das que teria normalmente. Essa construção é uma característica da Aprendizagem Ativa que não é percebida de forma clara pelos praticantes da técnica de ensino.
A Aprendizagem Ativa ocorre na interação em uma discussão, ao dar uma palestra, apresentando dramaticamente, simulando ou ao fazer algo concreto. Essas oportunidades geram a possibilidade de buscar novas conexões. Em termos práticos, ao relacionar o conteúdo com mais elementos já conhecidos o aluno aprende sendo o sujeito ativo no aprendizado.
Fonte: medium
A melhor maneira de entender o resultado quando o aluno participa ativamente está explicada no cone de aprendizagem, atribuído a Glasser. Note que depois de duas semanas nossa lembrança é muito maior se aprendemos recebendo e participando (70%) e maior ainda quando aprendemos fazendo (90%).
Assim, conclui-se que o que se aprende na metodologia de Aprendizagem Ativa é algo que se lembra por mais tempo. Um exemplo interessante eu discuti quando questionei sobre quanto tempo depois se lembra de algo que foi importante durante a formação para a profissão.
E, quanto a avaliar o desempenho dos alunos em plataformas de EAD usando metodologias ativas como abordagem didática central? Veja um exemplo aqui
Exemplos de Metodologias Ativas
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